As estradas da Minha Páscoa - 2
Na
Sexta-Feira Santa, a
Celebração da Paixão do Senhor
fora programada para a Comunidade de M’popelani - Comunidade da Sagrada Família
-, a primeira a pedir para ter a Reserva Eucarística. Tal os obrigou a
preparar o lugar e o ambiente. Infelizmente, estão também a optar pela
cobertura em chapa de zinco... Assim as celebrações continuam a ter
lugar, normalmente, nas catedrais das mangueiras, sempre mais aparzíveis
do que o "purgatório" das chapas!
Foi dia de "inauguração" no dia de Natal passado.
Esta imagem mostra o embelezamento que a comunidade quis pôr no sacrário...
Deixei
ali uma marca muito agradável: enquanto a comunidade ultimava os
preparativos da celebração, eu cuidei de um martirizado limoeiro que,
verifiquei agora, está pujante e prometedor.
Pastoral do desenvolvimento? Ou Pastoral da Saúde?
Foi um lindo Dia de Natal!
Mas este post vem a propósito de Sexta-Feira Santa desta Páscoa 2015!
Distante cerca de 30 Kms da sede paroquial, e
com uns 10 Kms de mato/capim puro, foi, nesta Sexta-Feira Santa, uma verdadeira aventura de furar pelo
capim adentro, nalguns bocados com mais de 1 metro acima do carro. Felizmente já
não era a primeira vez que calcorreava tais picadas e carreiros pelo que ia relativamente
confiante que nenhum tronco me iria furar algum pneu. Receava o regresso pela
mesma via, porque já seria noite cerrada. Mas, a alternativa de mais 10 Kms para dar a volta, estaria ainda mais complicada com
cortes e lamas intransponíveis.
E
optei pela mesma via da ida. Na escuridão da noite, foi
uma intensa oportunidade de meditar em tantas vicissitudes com que se
debatem
milhões de homens e mulheres na vida! E a não conseguirem romper com os
bloqueios, como eu estava a conseguir!E a dar-me conta de que estava
numa zona que estivera cortada das
comunicações por quase um mês devido às chuvadas e enxurradas
consequentes.
No dia seguinte, amanheci em casa, no aparazível lugar da Missão
Na
Vigília Pascal, celebrada na Igreja Paroquial, baptizámos mais de 80
pessoas. Em abono da verdade, batizei-as com algum amargo
de boca. Uma ínfima minoria domina a leitura e a escrita, se bem que,
sendo
conhecida a minha “mania” da alfabetização, no rito da eleição,
celebrado no Domingo próprio (o 1º da Quaresma), a maior dos
catecúmenos, assinaram, sobre o altar, o seu nome.
Mas é ainda muito pouco no
combate ao obscurantismo e à ignorância. Afinal, querer satisfazer uma mania do
padre é bem pouco!
Mas sinto que o caminho, lento e teimoso, vai sendo feito.
Dei conta de meia dúzia de homens e mulheres que me parecem verdadeiras
esperanças para a construção imediata de comunidades mais conscientes da sua
missão evangelizadora.
Durante todo o dia de
Sàbado Santo tivemos catequeses
conscientizadoras sobre a realidade do baptismo nas nossas vidas e as suas
exigências no compromisso comunitário.
Pude deliciar-me, mais uma vez, com as catequeses
conduzidas pelos animadores paroquiais, a partir dos clássicos cartazes do
LUMKO.
Foi muito esperançoso poder observar o interesse de participação de
gente simples…
Como desafios imediatos ficaram os compromissos pela
preparação do crisma, já para o próximo ano, como complemento da Iniciação
Cristã, e na qual a Alfabetização deverá ter uma especial preocupação. Sonhar
não faz mal….
Na
manhã de Domingo de Páscoa, das 7:30 h às 10:30 h tivemos
o complemento da celebração da Vigíla que se estendera das 21:30 às 2:00
h da
manhã. Se o acento da Vigília foi o Baptismo, o da manhã foi a
celebração ou
revisão de compromissos matrimoniais. Optei por separar a celebração dos
casamentos dos baptismos, porque já há muitos anos me apercebi que o
sacramento de raiz ficava ensombrado pela festança dos casamentos.